Mulheres, por que que os homens somem? Por que os homens desaparecem? Nós vamos falar sobre isso aqui hoje. Primeiro eu quero falar sobre a mulher e o encantamento que são no meu entender uma coisa só, a mulher não é só movida ao encantamento, ela é o encantamento, ela é encantadora, mas ela é encantamento, né?
E depois falar sobre o digno exercício do afeto. Essas duas coisas, o encantamento, a mulher sendo encantamento associado ao digno exercício do afeto, vai preparar bastante o terreno aqui pra gente falar da questão do sumiço do homem. Por que que os homens desaparecem de repente, esté numa relação interessante ou está começando, parece que vai formar um vínculo afetivo, parece que vai ficar uma coisa interessante, e de repente o cara desaparece, some e não fala nada, ou aparece do nada,aí é muito legal, muito bacana, de repente some do nada também, e vai embora, isso é um assunto muito frequente, é uma questão na vida das mulheres, uma questão muito frequente.
Um leitor me mandou um e-mail dizendo: “Olha, as mulheres querem muito entender esse processo, seria legal se você abordasse isso um dia!”. Estamos aqui abordando, eu agradeço esse leitor também por isso, pela sugestão do tema de hoje.
Então vamos falar “A mulher e o encantamento”, e depois “O digno exercício do afeto”. Aí sim porque acontece esse negócio dos homens sumirem, desaparecem. Vamos lá!
Não fosse a mulher capaz de encantamento, a existência seria no mínimo sem graça. Sem a graça do humor e sem a graça do acesso ao divino. Nós viveríamos o pesar de sentir falta de algo sem nunca identificá-lo.
A ausência de encantamento na mulher é um tanto a nossa morte em vida, então a ausência de encantamento na vida de uma mulher, é a nossa morte, homens e mulheres, quando o encantamento, a capacidade do encantamento morre na mulher, morre ela e morre, morremos nós homens, também, a vida perde o encanto, não é que a mulher, ela além de ser encantadora, ela é geradora de encanto, porque ela é muito ligada a fantasia, ao inefável, ao imponderável, a mulher vê diversas possibilidades em tudo.
Não existe violência maior a uma mulher do que um ato que retire o seu acesso ao encantamento. Isso é uma coisa muito séria, e quando acontece é muito grave. Ninguém percebe, as vezes a própria mulher não percebe, mas ela vai perdendo, dependendo do trabalho que ela tem, dependendo da circunstância de vida que ela está,
ela vai perdendo o encantamento, né?
Isso acontece muito no mundo da prostituição feminina, onde ela pratica ali um ato que pra ela está necessariamente ligado ao sentimento, a emoção, é lógico que ela tem o surto hormonal sexual por um homem também, mas a mulher é movida no sexo pelo encantamento, pela emoção, pelo sentimento, e ali ela vai praticar aquilo destituída de sentimento, ela não tem um impulso biológico à priori como um homem tem, que é capaz de fazer isso como uma mera brincadeira, pra ela é mais complicado, algumas o fazem, mas configuram exceção.
É o encantamento que dota a mulher do senso do que é mais saudável, é pelo encantamento que ela percebe o que é mais saudável ou não, quando ela olha um homem e se sente encantada, a natureza fala com ela através do encantamento, a natureza está dizendo, a natureza é curta e grossa nisso “olha aquele cara com quem você tem que procriar pra que a cria seja, represente uma evolução na espécie”, o homem recebe esse recadinho através de um impulso sexual, a mulher através do encantamento, pode ter o tesão associado também, mas é principalmente através do encantamento, ela funciona pelo encantamento, a mulher funciona pelo encantamento.
Então é o encantamento que dota a mulher do senso do que é mais saudável em todos os sentidos, no trato com o filhinho, com a cria, no trato com o parceiro, e esse senso do que é mais saudável vai acontecer também quando ela é dotada de uma esperança em algo que pro homem é imperceptível, mas que pra ela revela-se um fato, então pro homem, ele entende “Poxa ela está esperançosa de que alguma coisa aconteça, poxa, é meio inefável, é meio ponderável pro homem, mas é outra vez a natureza dizendo pra ela “Olha este caminho aqui é o caminho, pra ela se revela sobre a forma de uma esperança, ou de também um encantamento, junto com esperança de alguma coisa, que pra ela é claro que aquilo é um fato, se aquilo for adiante aquilo se torna um fato interessante.
É o encantamento que torna a mulher amante por inteira, isso é muito difícil, nós homens entendemos, o Viagra da mulher é o encantamento, o estimulante sexual da mulher é o encantamento.
O encantamento, ele nasce do respeito e da admiração, se a mulher não respeita e não admira, o encantamento ali é menor, ou nenhum, na medida em que o respeito e a admiração vão caindo numa relação, o tesão dela vai caindo, o encantamento vai caindo e o tesão dela o encantamento é o estimulante sexual dela, é pelo encantamento que ela se entrega né.
É o encantamento no brilho dos seus olhos que nos dá a luz indefinidamente, nos dá a luz, ela, é como se ela tivesse parindo a gente, homens, e mulheres também, é o encantamento do brilho dos olhos de uma mulher que nos dá a luz indefinidamente, quando uma mulher olha encantada, pode ser pra uma mulher, não necessariamente numa história homossexual, mas ela olha encantada, aliás as mulheres tem essa nobreza, essa grandeza de olhar encantada pra uma outra mulher sem que aquilo represente uma atração sexual ou num contexto sexual, ela olha encantada para o ser daquela outra pessoa, a gente já não, o homem já em uma cultura de olhar encantado pra outro homem, significa já um passo na direção de uma relação homossexual, pra mulher não, ela é capaz de olhar encantadamente pra uma outra mulher, e esse olhar encantado da mulher pode ser pra uma outra mulher, pra um homem, pra uma criança, pra um adulto, idoso, é esse olhar encantado que está parindo aquela pessoa novamente, está trazendo aquela pessoa à luz de novo, é impressionante como, como isto recria a pessoa que é alvo do olhar encantado de uma mulher.
É o encantamento que leva a mulher a trilhar feliz caminhos imponderáveis ao homem, e com quem generosamente divide a felicidade que colheu, então é o encantamento, quando ela se encanta, ela é capaz de trilhar caminhos, e trilhar feliz caminhos que não são nem percebidos pelo homem, e com quem, ou seja, depois que ela colheu aquela felicidade fruto de ter trilhado aquele caminho, ela divide essa felicidade com o homem, e o homem fica lá de, a gente fica meio de bobão, “Uai nossa como é que você conseguiu isso, como é que…”
Ela consegue, ela é guiada pelo encantamento, a gente já não, o homem precisa despertar muito, despertar e trabalhar e integrar o lado feminino, a alma feminina, o homem precisa ser integrado, muito integrado pra ter essa percepção, pra também seguir o caminho do encantamento, é possível que isso aconteça, sem que o homem deixe de ser viril, heterossexual, isso é possível, fica um homem melhor, mais interativo, inclusive um homem até mais agradável pra mulher, ele vai entender os movimentos dela, e ela vai percebendo também com mais facilidade né, então é o encantamento que leva a mulher trilhar feliz caminhos imponderáveis para o homem, e com quem generosamente divide a felicidade que colheu.
É o encantamento que faz com que a mulher enxergue paz verdadeira em relações que o homem vê apenas tumulto ilusório. Aquela situações familiares em que ta meio tumultuado, e que o homem se cansa rapidamente,a mulher esta ali, ela é capaz de sentir, pressentir o que está atrás, energeticamente o que está atrás daquela, aquele vozerio, daquele burburinho todo ali, para o homem aquilo está sendo cansativo, redundante, repetitivo, inútil, ela tem uma antena, ela percebe uma harmonia ou desarmonia, quando é harmonia, me refiro né, ela percebe quando tem essa harmonia ali atrás, e ela se contenta com isso, é um encantamento, o homem fala: “Você esta com distorção cognitiva, você esta vendo coisa boa onde não tem!”
Não, ela esta sentindo coisa boa onde tem coisa boa mesmo, é o homem que não está percebendo, porque o homem vê tendencialmente duas dimensões, é cartesiano, a mulher não, a mulher tem mais, o sentimento, ela tem a percepção, e daí ela se encanta, isso é da natureza da mulher.
O homem não, o homem já vê o que convém, o que não convém o que é pratico, o que não é pratico, eu estou dizendo, me referindo aqui ao homem que não tem integrado o seu lado feminino, não tem a feminilidade característica de todos os seres humanos machos tem um tanto de alma feminina e quando ele não integrou isso ele não vê, é cartesiano. O olhar encantado de uma mulher é como uma lanterna polidirecional, que mesmo que procurasse a escuridão, obviamente jamais a encontraria.
Assim como a vida, o encantamento não é lógico, não é preciso, por isso que o homem não consegue ver, não é preciso, não é imediatamente prático, não é previsível, não é provável, não é descritível nem decifrável e só é visível aos olhos muito sensíveis e receptivos, olhos de uma mulher, aliás o homem só vê bem quando ele consegue olhar como mulher, haja vista o Chico Buarque, obra maravilhosa que ele tem de leitura da alma feminina, de percepção da alma feminina, ele consegue fazer isso, por dom, ou porque ele adquiriu, desde moleque, desde as primeiras composições dele ele faz isso com um brilhantismo absurdo.
Assim como a vida, o encantamento não é lógico, não é preciso, não é imediatamente prático, não é previsível, não é provável, não é descritível, nem decifrável, e só é visível a olhos muito sensíveis e receptivos. É o encantamento da mulher que torna essa existência encantadora. Felizes os homens que se encantam ou que aprendem com elas a se encantarem. Foco no Afeto!
Porque ele sumiu?
Agora vamos lá, nos aproximando um pouquinho mais do tema de hoje: Mulheres, por que os homens somem? Agora a gente vai falar de um outro aspecto, ainda não é o assunto, mas é decisivo pra gente falar sobre o assunto.
O que é o digno exercício do afeto? Afeto no sentido popular que é o que eu uso, está relacionado a carinho, carícia, porque afeto na psicologia, ou literalmente é tudo que toca, isso aqui é um afeto, uma mão está afetando a outra, pode afetar com um soco e pode afetar com carinho, isso teoricamente é o afeto, me refiro aqui ao afeto generoso, carinho né, então afeto no sentido popular que é o que eu uso está relacionado a carinho, carícia e generosidade, e nesse sentido o sentimento de afeto em si é sempre digno.
O exercício é que pode não ser, o sentimento do afeto é digno, o exercício dele é que pode não ser, aí que entra a história que vai desembocando, por que que os homens somem. Não se trata de montar uma planilha no Excel e nela registrar-se cada ato de um lado e cada ato do outro lado, para em seguida verificar os números, e forçar uma equiparação de atitudes, daí cobrar ou pagar afetos atrasados ou criar débitos afetivos, “Ah ela me deu um beijo hoje, então eu devo um beijo pra ela”, “Eu dei dois beijos ontem, ela não me deu nenhum, então hoje não dou nenhum, vou esperar ela me dar dois beijos!” Não é por aí né.
Dessa forma nós entraremos no terreno da mesquinharia e subsequentemente chantagem emocional, aí estamos no ambiente da guerra, e sabemos, eu repito aqui direto né, guerra está ligado ao poder quando o poder entra por uma porta o amor automaticamente sai pela outra, os dois não coexistem, tem que tirar o poder pra caber o amor de novo.
Não é por aí, ou seja, não é na mesquinharia, chantagem emocional, não é na contabilização das práticas externas afetivas. Exercer o afeto com dignidade é interagir com alguém ou algum grupo trocando o afeto na mesma proporção e intensidades de entrega parecidas. Se você mais da do que recebe a sua autoestima cai, não é digno, se você mais recebe do que do que você dá também não é saudável, você pode por exemplo se sentir em dívida sem motivo, ou simplesmente incomodado com a dinâmica excessiva da outra pessoa em relação a você, também não é digno, ” Ah a pessoa me da muita coisa, muita coisa, ai eu fico em dívida!”
Não tenho que me sentir em dívida, mas aí a dança não está legal, não está digna. Sentir e perceber antes o grau de afinidade existente entre a outra pessoa e você, é o melhor parâmetro para iniciarmos uma dinâmica relacional com base na reciprocidade afetiva. Gente isso aqui é a base daquilo que a gente vai falar hoje, por que que os homens somem. Sentir e perceber antes o grau de afinidade existente entre você e a outra pessoa, é o melhor parâmetro pra iniciarmos uma dinâmica relacional com base na reciprocidade afetiva.
Sempre que entra em uma relação você pode com atos e atitudes propor a dinâmica relacional. Isso é natural e é necessário. Você precisa mostrar como você sente a relação e como se sente na relação. A outra pessoa naturalmente vai fazer o mesmo, se as intensidades forem as mesmas, o que é raro logo de cara, ótimo!
Se as intensidades forem diferentes e as pessoas na relação forem perceptivas e generosas, elas vão cautelosamente procurando os pontos em comum, as afinidades para que nelas se estabeleça o chão, a base da relação, baseados na afinidade, no grau de afinidade. Se esta base se tornar sólida, ou seja, estamos baseados, a nossa relação está baseada na afinidade, e isso se tornou uma base sólida na nossa relação, aí a segurança na relação vai ser maior, e essa relação é candidata a ser uma boa e prazerosa ligação. O que garante esse sucesso é a qualidade do afeto trocado reciprocamente numa dinâmica sincrônica, é um pouco complicado, um pouco erudito, pra ler fica fácil, pra falar…
O que garante o sucesso, esse sucesso na relação é a qualidade do afeto trocado reciprocamente, numa dinâmica, ou seja, num ritmo, quer dizer, há uma troca afetiva recíproca num ritmo que é meio sincrônico, são aquelas coisas sincrônicas, um está pensando em si e no outro, o outro está pensando no outro e em mim, os dois estão pensando em nós, não tem mais só eu na relação nem você, somos nós, todos os dois cuidado de nós, isso que gera essa dinâmica sincrônica, né, baseado na relação, baseado no afeto, no grau de afinidade, no afeto obviamente né.
É a percepção da reciprocidade que as pessoas envolvidas precisam ter, está numa relação, você precisa perceber a reciprocidade, precisa ter uma percepção da reciprocidade, pra poder exercer os seus afetos não se tornando excessivas, invasivas, incômodas por um lado ou cativas por outro, pra perceber a dança, se eu entrar na dança pensando que vou convidar uma mulher pra dançar, aí eu estou lá, estamos dançando no salão, mas aí eu quero que todo mundo aplauda a gente dançando, porque eu quero que a gente seja o casal mais visto aqui, eu já não estou mais interessado nela, eu não estou mais interessado na troca com ela, eu estou querendo me exibir, percebe como é fácil perder o foco?
O Foco tem que ser no Afeto, não na disputa de se exibir pros outros. Eu estou dando esse exemplo bobinho mas tentem dar uma extrapolada para o que costumam, as pessoas costumam fazer com as relações, a gente perde facilmente o foco na relação, é a percepção da reciprocidade que as pessoas envolvidas precisam ter, para exercerem os seus afetos não se tornando excessivas, invasivas, incômodas por um lado ou cativas por outro lado.
Foco no afeto
Isto é o digno exercício do afeto, onde ninguém se sente, ou é devedor ou credor de afeto. O digno exercício do afeto, ele flui numa dinâmica naturalmente recíproca e sincrônica, naturalmente, se você está numa relação, de repente você percebeu que a dinâmica não está sincrônica, não esta recíproca, ou você dá mais ou recebe mais, se a coisa sai daquele prumo, daquela dinâmica legal, simplesmente não dê mais, para de dar, e também para de receber, pra pensar, pra sentir a relação, e sem maus sentimentos, sem ressentimentos: “Ah eu parei de receber afeto, eu fiquei lá doando afeto”
Tudo bem, você parou de receber o afeto e de repente você não sabe se a pessoa está com algum problema, se não está com problema, se você fez alguma coisa a pessoa não falou nada, deveria falar, então você não sabe, então você continua dando afeto por uma semana, aí depois de um tempo você vai perceber que a pessoa esta muito brava com você, e você não sabia, ai você começa ficar com raiva, então tava dando afeto de trouxa, de idiota eu tava dando o afeto aqui por uma semana pra outra pessoa, e a outra pessoa não falou nada, tava de cara virada pra mim, não estava com um problema que eu tava achando que tava com problema, tava é muito brava comigo, e eu dando afeto aqui de trouxa…
Não é de trouxa, não é de trouxa, não entra em competição, não mistura competição, não traz a competição, você estava dando afeto porque você estava dando afeto, numa dinâmica de afeto legal, tava recíproco, tava com afinidade, tava legal, de repente a outra parte parou, a gente nunca sabe na hora, e precisamente, quando parou de dar afeto “oh parou”, que nem o apito lá do juiz de futebol, ele aponta “Falta”.
Você parou de dar afeto, não é assim, a gente percebe com o tempo, demora um tempinho, e lógico, cada um demora um tempo pra perceber, você pode esta envolvido, pode esta encantado, e até legal que esteja e demora um pouquinho pra cair a ficha que a outra parte ali parou um pouquinho, se a outra parte parou e você percebeu que parou, aí você senta pra conversar, vamos conversar, o que está acontecendo?
Aí você para de dar também, para de receber também, vamos conversar pra ver, pra trazer pro prumo, o que está acontecendo? Mas o principal e o mais difícil, sem maus sentimentos, se entrar em mau sentimento é melhor fazer nada, é melhor não fazer nada, melhor parar de uma vez , se entrar raiva… até passar a raiva, porque qualquer coisa que se fizer numa hora dessa com raiva, piora mil vezes uma situação que já é desagradável. Muito bem gente, ta terminado a segunda exposição, e agora vamos lá, por que os homens somem?
Com tudo isso que a gente falou agora, como é que funciona a mulher afetivamente? To lembrando, porque vocês são as mestras aqui, eu sou um humilde aprendiz aqui com vocês, então trazido a memória o funcionamento da mulher, a pouca percepção, quero acrescentar agora que os homens tem em relação ao funcionamento interno da mulher e mais a questão do digno exercício do afeto, que as vezes a gente quer forçar um pouquinho, porque está muito legal, o par é muito interessante, eu venho atendendo a muito tempo gente pessoas com essa questão, mulheres com essa questão, os homens somem, desaparecem e não falam nada, e inexplicavelmente eles desaparecem.
Em primeiro lugar, o homem tem uma deficiência muito grande que é dificuldade de falar sobre sentimento, falar sobre sobre o afeto, ou sobre a dinâmica relacional, até porque homem não percebe muito, a gente é meio burro, essa é a palavra, desprovido de inteligência emocional, nós somos, o homem pra desenvolver inteligência emocional tem que trabalhar pra caramba, mulher também, mas muito mais o homem, pra ter uma inteligência emocional, numa relação afetiva, não estou falando de estratégia de guerra dentro de empresa, isso o homem é bom, mas numa relação afetiva, entre amigos, entre familiares o homem é muito curto, a gente é muito burro, é burro, é curtinho, precisa desenvolver, precisa trabalhar, então o homem tem dificuldade de falar o que ele esta sentindo.
Agora eu vou falar aqui na hipótese de que o homem esteja cansado de alguma característica na mulher e por uma falha do homem, ele não fala, na maioria dos casos é isso que eu presencio.
O homem não percebe, a mulher esta com um cara, esta tudo bem, esta tudo joia, de repente o cara some, ele da uma afastada e não fala nada, ele está com dificuldade de expressar os sentimentos até porque ele não sabe, a mulher é muito bem articulada pra falar de sentimento, a mulher sabe falar de sentimento, e da um nó no cara, e o cara muitas vezes se sente, porque nem sempre a mulher esta com boas intenções, nem sempre ela esta com más intenções, então o cara como ele não entende bem do assunto sentimento, muito menos falar a respeito, ele fica com medo e cai fora, porque ele está perdido com ele mesmo, quando a relação, o vínculo afetivo não chegou ao ponto em que o cara pode, se sente seguro pra chegar pra mulher e falar:
Olha eu to perdido com isso, eu to achando não sei o que, to achando não sei o que lá, e que ele sente que a mulher vai ajudá-lo a entender a questão sem puxar a brasa pra sardinha dela, aí ele se sente numa relação segura, nem toda mulher é assim, as mulheres mais esclarecidas são assim, infelizmente são raras, assim como também são raros os homens que tem o lado feminino desenvolvido,
a capacidade de perceber sentimentos também desenvolvido. Então aí quando se vê numa crise de relacionamento, o homem tende a dar uma sumida, quando não dá pra sumir porque esta casado, esta vivendo em cativeiro no mesmo lar, no mesmo lugar que a mulher, ele fica quieto, vai pra um canto, fica de cara emburrada, no cantinho, fica lá até ele recuperar um pouquinho, homem tem essa característica. O homem quando chega em casa e esta de cara emburrada, a mulher fica “O que que aconteceu? Conta pra mim, o que que foi? Que cara é essa?”
O cara não quer falar, a gente não quer falar, a gente esta chegando em casa, esta chegando no descanso do guerreiro, a gente quer sentar ali no sofá ou em algum lugar ou tomar um banho e ficar quieto por meia hora, sei lá 20 minutos, 15 não sei, cada um ou cada momento é uma coisa, mas a gente quer ficar quieto, então a mulher fica quietinha, fala alguma coisinha, o que nós vamos jantar, o que nós vamos fazer? Mas deixa o cara quieto, daqui a pouco resolve, ele relaxa e aí pronto, ele conta ou não conta, enfim aí é uma beleza, por outro lado quando o cara chega em casa e a mulher esta lá com algum problema, ela vai falar que o cara do supermercado destratou, que o zelador deu uma mancada, que não sei quem, que o cara que ia trazer o carro do conserto não trouxe, e fala irritada, e o cara vai absorvendo aquela irritação “Poxa vida, eu sou o macho dela, eu sou o homem dela, eu vou defendê-la”, pega o telefone e já começa a descascar todo mundo, e mulher “Não, não é pra fazer isso é só pra eu desabafar…”
O cara, quando tem é mais curto do ponto de vista de percepção, ele não dá ouvidos, ele vai descascar o pessoal mesmo, ele vai soltar os cachorros em cima desse pessoal todo, e não é pra fazer isso, então essa percepção de dinâmica de um e de outro falta em muitos casais. Quando ele está lá vivendo dentro de um cativeiro, dentro de casa, que teve um estresse emocional, qualquer coisa, ele dá um jeito, se ele consegue sair, se ele consegue jogar bola, se ele consegue ir lá com os amigos, ficar lá bebendo com os amigos por um tempinho, ele precisa refrescar, ele precisa ter um momento de percepção dele mesmo, porque ele não sabe falar afeto, não sabe perceber afeto e sentimento, na maioria dos casos, e a mulher sabe muito bem, mas aí ele fica com medo, e infelizmente as relações afetivas elas não estão 100% focadas no afeto, por isso que eu faço esse apelo aqui sistematicamente, porque se fossem focadas no afeto não haveria disputa e competição, medo dele ao falar ser manipulado por ela, porque ela sabe mais do que ele, ela fala, ela vai a fundo, ela pega coisas que ele nem percebe, a gente é burro nesse sentido, a gente é curtinho nesse sentido, os homens, então a gente esta na mão das mulheres.
E quando a gente percebe que a mulher passa em algum momento a ser tendenciosa, e ela nunca passa a ser tendenciosa sozinha, é sempre uma, quando entra o poder na relação sai o afeto de fora, o que eu vivo repetindo aqui, então aí perde a confiança, então o homem some, casado, ou namorado, ou ficante, noivo, seja o que for, ele some, porque a relação não está predominantemente focada no afeto, porque ele sente que tem competição, tem disputa, tem interesse, ele não está focado no afeto ou porque ele e a mulher não estão focados no afeto ou porque ela não está focada no afeto, se o casal não está focado no afeto, se um não está focado o outro também não está focado, aí o poder entra, é porque o poder está no lugar, entra em insegurança e a insegurança fala: Pelo amor de Deus, tem um poder aqui qualquer pra poder dirigir esse negócio, porque eu estou perdido, eu estou entregue, eu estou solto, eu estou correndo risco de ser manipulado, já saiu do afeto, então o homem some quando ele sente que a relação não está focada no afeto, quem causou isso, não vou nem usar a palavra culpa, mas quem causou isso?
Não se sabe, pode ser ele, em geral são os dois, o que acontece no casal a responsabilidade é dos dois, não tem culpa de um, culpa de outro, você que fez isso, você que causou aquilo, os dois são coautores de tudo que acontece dentro do casal, “Ah ela deu uma grande mancada, porque não sei o que…”. Alguma coisa nós fizemos, eu e ela, nós fizemos pra que isso acontecesse, quando vai dar uma investigada, quando senta lá pra fazer aquela boa DR, chega-se a essa conclusão, os dois geraram aquilo, os dois são coautores da questão.
Então acontece do homem desaparecer, nessa hipótese o homem desaparece ou some, porque ele sente que a relação não está focada no afeto, mas ele também some por defeitos masculinos.